Se Helena apartar
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A verdura amena,
Gados que paceis,
Sabei que a deveis
Aos olhos de Helena.
Os ventos serena,
Faz flores de abrolhos
O ar de seus olhos.
Faz serras floridas,
Faz claras as fontes...
Se isto faz nos montes,
Que fará nas vidas?
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Trá-las suspendidas
Como ervas em molhos,
Na luz de seus olhos.
Os corações prende
Com graça inumana;
De cada pestana
Ua alma lhe pende.
Amor se lhe rende
E, posto em giolhos,
Pasma nos seus olhos.
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Neste poema, Helena é uma mulher extraordinária. Ele parece começar onde acabam os “Verdes são os campos”, quando a jovem de lá já criava a erva que os gado comiam. O cenário bucólico é comum aos dois.
Notar o que há de atitude “poética” na confidência com a natureza.
O verso central das glosas divide o vilancete em duas partes. As magias anteriores, fá-las a jovem nos montes; o que se segue responde à pergunta: “que fará nas vidas?”
Se tomarmos a primeira parte em sentido mais ou menos denotativo, Helena é, pelo feitiço do seu olhar, aparentada com Orfeu, o poeta que com o seu canto levava atrás de si a natureza. Não será porém impossível tentar ler esses versos em sentido alegórico: verdura, gados, ventos, flores, serras, fontes, montes, falar-nos-iam do amor, da emoção, do gozo, do enamoramento produzidos pela presença de Helena entre os seus admiradores.
Neste caso, a segunda parte diria, em linguagem menos poeticamente cifrada, o que já estava dito na primeira. O feitiço do olhar da jovem mantinha-se igualmente activo.
O vilancete surge carregado de subtilezas, enigmático, em afirmações paradoxais – todo ele é paradoxal.
Atenção às hipérboles (haverá no poema alguma afirmação que não seja hiperbólica?), anástrofes, apóstrofes, anáfora, interrogação retórica... muitas imagens...
Gostaria de saber quais seriam as Hpérboles
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